domingo, 27 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA e DMU: Diferenças e semelhanças.

A diferença entre deficiência múltipla e surdocegueira e as semelhanças no processo pedagógico.

As potencialidades humanas são imensuráveis e as limitações dessas potencialidades estruturam-se em sentimentos de incompetência de profissionais e da própria sociedade em lidar com as limitações das potencialidades de determinadas pessoas, especialmente das pessoas com surdocegueira e deficiência múltipla.

Nesses casos, é necessário que se faça um estudo de cada situação, buscando compreender em suas minúcias o funcionamento sócio-familiar, para definir com prudência e clareza qual o percurso educacional, social e cultural que se almeja para as pessoas com esse quadro de deficiências, a priori é necessário esclarecimentos sobre a surdocegueira e a deficiência múltipla.

A surdo-cegueira caracteriza-se por uma dupla perda sensorial das capacidades visuais e auditivas, culminando em uma deficiência única e especial que requer métodos de comunicações especiais, para viver com as funções da vida cotidiana (BEST Tony Informática Guide, definições de surdocegueira usadas em outros países.) pode ter causa congênita ou adquirida, com características pré-línguísticas ou pós-linguísticas e traz graves prejuízos na área de orientação e comunicação com o meio ambiente.

Já a deficiência múltipla caracteriza-se pelo conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social, destacando-se o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais de comunicação, interação social e de aprendizagem como determinante das necessidades educacionais dessas pessoas. (MEC 2006)

Neste quadro identificam-se pessoas com “deficiência múltipla sensorial”, apresentando peculiaridades próprias tais como: deficiência visual ou auditiva, associada a outras condições de comportamento e comprometimentos, sejam nas áreas físicas, intelectual ou emocional, e dificuldade de aprendizagem (MEC/SEESP/2006), quase sempre, os canais de visão e audição não são os únicos afetados, mas também outros sistemas, como o tátil (toque), vestibular (equilíbrio), proprioceptivo (posição corporal), olfativo (aromas e odores) ou gustativo (sabor), podendo ter efeito singular no funcionamento aprendizagem e desenvolvimento da criança.

No que se refere ao processo pedagógico pode se inferir que tanto a pessoa com deficiência múltipla quanto a pessoa com surdocegueira necessitam ser trabalhadas dentro de uma abordagem educacional bem planejada que privilegie o desenvolvimento da comunicação como elemento primordial para a eficiência e a qualidade do desempenho sócio educacional e cultural desse indivíduo.

É necessário organizar atividades de cunho multisensorial de modo a garantir o aproveitamento de todos os sentidos e que possam propiciar uma aprendizagem significativa que oportunize generalizar o conhecimento adquirido para outros ambientes e pessoas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010). Capítulo 1 - A pessoa com Surdocegueira. Capítulo 2 - A pessoa com Deficiência Múltipla. Capítulo 3 - Necessidades Específicas das Pessoas com Surdocegueira e com Deficiência Múltipla.
Educação infantil ; saberes e práticas da inclusão : dificuldades de comunicação e sinalização : surdocegueira/deficiência múltiplasensorial. [4. ed.] / elaboração profª ms. Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento - Universidade Federal de São Carlos – UFSC/SP, prof. Shirley Rodrigues Maia – Associação Educacional para a Múltipla Deficiência - AHIMSA. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 79 p. : il.

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